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A IMPORTÂNCIA DO MANEJO DO DINHEIRO


E aí, mulherada, como vamos?


Até aqui temos trabalhado bastante a questão da organização financeira. Falamos sobre a conquista da independência enquanto família, falamos sobre como conversar sobre esse assunto tão delicado de forma não violenta e falamos sobre quatro pilares de importante atenção quando o casal está começando a trabalhar o dinheiro conjunto. O intuito com o texto dessa semana é fazer uma amarração de todo esse conteúdo, te ajudando a pensar no que pode funcionar para você e sua família.


De acordo com Pahl em seu livro Money and marriage, publicado em 1989, existem pelo menos quatro formas de gerenciarmos o nosso dinheiro:

1. Gerenciamento total: onde apenas um dos cônjuges administra todos os gastos, exceto os gastos do parceiro;

2. Gerenciamento por mesada ou pensão: onde há um provedor principal, que dá a seu companheiro o valor para pagamento das despesas da casa e mantem outro valor não revelado para si e seus gastos pessoais;

3. Gestão compartilhada do dinheiro: onde ambos tem acesso ao dinheiro e ambos tem um papel ativo na tomada de decisões financeiras;

4. Gestão independente do dinheiro: onde cada cônjuge tem o controle individual sobre sua renda e compromissos individuais com as despesas da casa.


Como já conversamos no primeiro artigo, o dinheiro tem um significado diferente para cada pessoa, então nem sempre é fácil a realização de um planejamento que agrade aos dois. Por isso é importante a prática do autoconhecimento, saber primeiro como você no individual lida com o dinheiro, suas prioridades, dificuldades, medos, para depois conseguir conversar a respeito com o companheiro.


É importante dizer que independente da forma de gerenciamento do dinheiro, é imprescindível se encarar como casal, estabelecer projetos em dupla, ter objetivos em comum, mas também respeitar as necessidades financeiras de cada um de forma clara e transparente. Cada casal vai desenvolver uma dinâmica própria, não existe uma única forma, mas é importante que ambos estejam confortáveis com o arranjo financeiro.


Algumas pesquisam feitas pelo IBGE num comparativo do ano 2000 com o ano de 2010, mostra uma crescente do número de mulheres que são as principais provedoras de suas casas, como é possível ver no gráfico abaixo. Ainda assim é mais comum que o homem seja o provedor, levando a ter mais influência sobre o dinheiro, inclusive sem ser questionado sobre seus gastos pessoais.


Fonte: IBGE, censo demográfico 2010. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/snig/v1/?loc=0&cat=-15,53,54,-17,-18,128,129&ind=4704. Acesso em 27/09/2022.


Nesses casos em que não há compartilhamento da renda e nem comunicação entre o casal, tende-se a associar o dinheiro a posição de poder e ele é utilizado para manipulação de situações. Em um estudo realizado por Perlin (2006), citado no artigo de Hart (2016), identificou-se que na intenção de manter a submissão da mulher no relacionamento, o homem pode querer torná-la dependente financeiramente dele. O que pode ser totalmente danoso a convivência do casal.


Até aqui fica bastante claro que o dinheiro tem um importante papel na relação do casal, seja melhorando o relacionamento quando há diálogo aberto, ou como um dispositivo que ocasiona conflitos. Isso me faz pensar que talvez o problema não seja o dinheiro em si, mas forma como ele é manejado. Um termo popular que pode ser uma das causas dos problemas com dinheiro em casa é: “infidelidade financeira”. Situações onde há omissão, mentira, alteração dos gastos, dívidas, contas bancárias. Não pensem vocês que isso é incomum não. Está mais presente do que pensamos.

Precisamos pensar sobre essas questões, trazer a luz esses dados, nos informarmos sobre essas formas de manejo, porque a solução para o problema financeiro da família pode estar na forma de gerenciamento do MANEJO e não em quanto se ganha!


Pense sobre isso!



Referências Bibliográficas:


HART, Jennifer; MOSMANN, Clarisse Pereira; FALCKE, Denise. Manejo do dinheiro pelo casal e infidelidade financeira. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro , v. 16, n. 1, p. 260-276, jul. 2016 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812016000100015&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 27 set. 2022.

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Camila Tasca
CRP 06/202552 | CRC 1SP320562

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